quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sobre nossa música

Tem tanta musica de amor por aí, mas eu queria escrever a nossa.
Pensei em começar com "eu te amo" ou então com "era uma vez", mas era óbvio e eu queria alguma coisa legal.
Pulei então duas linhas de um papel em branco e comecei com um parágrafo, no parágrafo desenhei as asas de um pássaro -sei lá qual- Mas era pra dizer que você é avoada e esqueceu as chaves, depois escrevi meia dúzia de palavras, amassei o papel e joguei no lixo, junto com a ideia de fazer uma muúsica.
E isso aqui é o relato de uma ideia frustrada de te compor uma música que não fosse uma qualquer.

Porta treco com guarda chuva

No caminho de volta pra casa
Entre os carros e as flores
Algo me chamou a atenção
Uma sombrinha amarela com bolinhas

E sob o sol, sob a sombrinha
Tinha uma menina bonitinha
De cabelo curto e unhas azuis
Mas seus olhos eu não pude ver

Eu guardei no Guarda-Roupa
Guarda-chuva Porta-Treco
A imagem da menina
Da sombrinha com bolinhas
Parada no sinal

Ela estava de saia comprida
Sandálias fora de moda
E tinha uma flor na pele
No ombro, que a roupa não cobria

Ela, parada, rodava a sombrinha
Roía a unha, esperando
Pararem os carros e as flores

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Fatores do Aqui


Eu adoro em você a espontaneidade, o fator sorriso que praticas tão bem. Eu adoro em você não perceber impurezas, sentir sua inocência que em hora alguma se confunde com burrice. Falar pra você daquela poesia sobre asas, e te escrever cartas que eu não envio. Eu adoro em você algo que eu não sei identificar. Eu adoro... Sei lá. Odiar o que eu adoro em você. Dormir ao seu lado e ficar acordado por uma hora durante a noite, só pra te olhar. Querer tanto te dizer pessoalmente tudo iss,o mas ter medo de estar te enchendo o saco. Eu adoro tentar me distrair, e me pegar pensando em você do nada. Eu adoro ler coisas e querer te enviar, mas me conter e pensar que é bonito guardar pra mim. Eu adoro o risco que você me faz correr por querer fazer sempre o seu gosto, e não saber o que te agrada. Querer te fazer uma surpresa, te levando a um prédio abandonado, pra te dizer tudo o que eu já escrevi sobre você e gritar de lá de cima que eu te amo. Mas eu não vou, eu te amo e disse uma vez e quando eu disser de novo... explosão de sêmen e sangue. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Relicário

Aquela fotografia foi meu primeiro objeto
Ali tudo começou
O primeiro contato
 - indireto-
Um projeto de não saber lidar
Que eu guardei na estante
Onde fica a Pena que você me deu
E a minha máquina de escrever
Pra te tornar parte do necessário
Meu adversário avesso
Um relicário travesso de ti.

Com mais algum tempo, vieram os seus sorrisos
Que não eram objetos
Mas eram o contato reto dos meus olhos
Enfim, os beijos e abraços
Depois os traços do seu rosto no meu desenho
 -sem olhar.
Sem o seu olhar que eu não quis desenhar
 -porque eu não sei-

Então veio a passagem
O tempo que nunca passa.
A volta torta,
A conversa bêbada 
O amor recíproco
A carta que não foi
E a que veio junto com a outra foto

E só o que falta é você
 -Miúdo caber-
Na minha estante 
Pra te tornar parte do necessário
Meu adversário avesso
Um relicário travesso de ti.