quinta-feira, 26 de abril de 2012
Ô menina
Ô menina eu tenho uma coisa pra te falar
Mas nem com uma hora de conversa eu saberia te contar
Que eu passo muito tempo no espelho ensaiando te dizer
Essas coisas que se diz por aí
Ô menina eu preciso mesmo desabafar
Deixar soltas essas palavras ou perdidas, pelo ar
E quando eu conseguir me fazer entender
Sobre as coisas que eu não disse pra você
Coisas do tipo, como o seu cabelo está bonito
E como você tem um perfume, é um cheiro de flor
Que eu não conheço, mas eu reconheço aonde for
Ô menina, tu mexe demais com minha cabeça
E antes que eu me esqueça ou perca a coragem
Vou te dizer o que eu ensaiei
Eu acho que eu gosto de você
vermelho indizível
O Vermelho que pode dizer amor , pode também ser jazz.
Um beijo de cereja, pimenta e cabelos..
O vermelho que pra muitos é rosa e que pra outros é luz ou paixão.
Em mim é sangue que escapuliu das veias numa explosão de significados inexplicavelmente quentes e primários como a cor.
O meu vermelho pulsa, expulsa e impulsiona a viver. O vermelho mancha…
sábado, 21 de abril de 2012
O óculos, é claro.
Depois de muito tempo as coisas ainda existiram. Os sentimentos por aqui guardados. Mas não sei. Foi mais ou menos assim que voltou:
-Oi
-Oi, bonito.
(pensaram em várias coisas, como o céu, a noite, o copo que um deles segurava)
-Você se lembra de quando te vi apresentar sob as luzes de uma cidade perdida? Bem aqui.
-Perdida?
-Na festa. Tinha tanta tinta.
-Lembro da tinta! (silêncio). É, eu me lembro da tinta!
- E do óculos, você se lembra?
- Lembro. Mas era tanta tinta, não era?
- Eu comprei. Era vermelho, você se lembra?
- Tinha tinta branca, e tinha um pano preto. Você comprou?
(silêncio). O óculos, é claro!
-Comprei. Mas eu perdi. Ia te dar no dia seguinte, mas perdi!
- A gente tem o hábito de perder coisas o tempo todo. Eu tenho.
- Tem.
- Não gosto de perder, mas muda o mundo, gira e tudo mais.
- É.
- É...
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