segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lave Leve


Lave a minha lama, leve minha alma. Deixe estar, no sereno da noite o banho é da lua. Eu ainda me lembro da nossa lua, aquela que foi tema de nem sei quantas músicas que eu não consegui fazer. É estranho crescer assim, meu tempo bate num ritmo além dos teus braços e o seu tempo me devora os pensamentos. Nantes era bom, não que agora esteja ruim. Diferente. Como pesam as palavras sobre os ombros dos desavisados. Sabe assim? No primeiro voo a altitude é tão maior que o prazer, que de medo a gente nem vê as nuvens que são de água, nem nota que em dias de chuva o céu vira mar. Isso eu descobri sonhando, o meu porto não é tão aéreo quanto o seu, mas gosto de voar contigo.
Na verdade a gente se esqueceu de ficar quieto e deixar o vento bater, a gente esqueceu daquele abraço, oitocentas mil palavras não ditas quando são ditas, enchem o mar de cores. Mas eu gosto dele verde.  É assim, deixe o mar verde, a maré subir, deixe assim, aqui e ali e quando der, lave minha lama leve minha alma. Mas que seja leve