sábado, 26 de novembro de 2011

Sinal

Parado no carro
Parado no trânsito
Parado
Escuto Amélia pulando
Digo para. Não.
Não para.
Ainda estamos parados.
Minha imaginação...
(curtindo o som. Amélia pulando.)
... Voa Longe.
Curto. Metragem curta.
Fechados os olhos
Beijos, abraços, palavras
Dirigidas ao nada.
Ditas a ninguém.
Perdi o pulso da respiração
Ela parou
Elas. Amélia. Respiração.
Amélia parou e eu parado
No carro parado
No sinal aberto

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Vulcão

Da outra vez a gente era igual
Da outra vez ainda era difícil
Como saber a hora da explosão de um vulcão
Nós, malucos, vamos lutar pra esse estado continuar
Esse estado de horas. Dias.
É quase como se eu me esquecesse de respirar,
Me diga se você morreria sem respirar?
Por um momento. Uma pausa. E você se esquece.
De repente, não mais que de repente.
Eu já morri por ti.
"Aquilo que mataste tens também de amar"
Mas morri em sonho
Pra acordar e te ver partir de novo
E é nesse momento
Quando as palavras se tornam insuficientes,
Que eu me esqueço
Esqueço de que você vai voltar
e quero me fundir a ti
de entrar no envelope que te dei
E ir embora contigo.
Sombra de árvore em dia nublado.
É assim, eu fico, aqui
Adaptando-me, dançando conforme a melodia!
A chuva sempre para
Mas tudo fica molhado por um tempo
Então você volta, e faz do branco algo mais
E eu penso tudo de novo
Da outra vez a gente era igual
Da outra vez ainda era difícil


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quimera Raio

Raio de Bronze. Bronze de sol.
Que fala baixinho, miúdo, mansinho
E se não for pra falar, não fala
Olhar de Fera, Quimera

Seu silêncio atordoa, constrange
Eu ousaria chamar-te Afrodite
Isso, é claro, se me permite a comparação

Você dança, dança, dança
Se movimenta no bailar dos dias
Enche todos os olhos de alegria
E não se cansa.

Bailarina contemporânea
Que dança com o tempo na idade
Num jogo de tem que dar tempo

Digo a você:
- Tem que se ter tempo pra viver

Tire viver por Viver, fazer o que quiser
E não o que der
No mais admiro tua beleza
Essa "delicatèsse" da alma feminina

 Mero Mortal

Amor descontraído

Eramos seis em um.
Em um circulo de nós
Nós, esses, que nos prendiam sem motivo
Sem força. Sem prender...
Eu sou ele como você sou eu
E nós todos eramos tudo
Tudo o que queríamos e precisávamos
Eu amava Ele, Ela amava Ela, Ele amava Ela
Loucos errantes. Amantes de primeira viagem...
Eramos seis em todos.
Eramos "aqueles" que...
Batiam palmas quando riam
Faziam Tratos "escrotinhos"
Fomos Escrotos!!
Toda brincadeira era de verdade.
Em cada pele, suspiro, pensamento, osso, dente.
No Ocidente, orientados pelo Oriente.
(sem saber o que aquilo tudo significava)
Sendo vários pontos de UM mesmo Ponto!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meu 1°

Uma palavra, uma lagrima.
Uma foto, um Nó(s).
Um Bilhete. Meu coração quebrou.
Uma palavra, um bilhete, uma foto.

Você e eu. Eu e você. Nó...ssS
Amélie Poulain.

Como doía o nó, e como ardia o olho ao sentir na alma o que não sabia decifrar!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cinza

Escrevo numa tarde cinza e fria
O barulho das ondas ecoa 
Meu coração não entende que não cabia
Meu pensamento voa

Voa pra um lugar qualquer
Ou pra nenhum lugar sequer.
Começou a chover agora
E aqui fora ta ventando
E eu estou tentando-
 -escrever alguns versos

A noite já chegou
E a chuva amenizou
Ainda bate um vento
Permaneço na varanda
Com meu pensamento
Lento, cantarolando um ciranda

Verbo EU

Tenho sonhado minha vida como se esse sonho fosse um dia se realizar. Mas não vai, eu sei que não vai.
Eu prefiro acreditar, ainda assim, que um dia as coisas acontecem, como a abóbora vira carruagem, e como ratos são cavalos microscópicos. Quero acreditar. Eu vivo de acreditar e de sonhar. Sonhar sonhos irrealizáveis,  mas não importa se vão se realizar, bom mesmo é o momento do sonho.
O que importa é o momento em que eu me torno um pavão, um belo pavão que pode o que quiser.
Eu vivo em função do prazer do momento, vivo pra satisfazer o meu ego. Seria eu egoísta? Há quem diga que sim.
Classifico-me como como alguém que não se contenta com essa realidade do mundo, e procura nas mais diversas formas um jeito de escapar, de descer do carro, de voar além da asas.
Seria eu um covarde? Depende do ponto de vista.
Encontro, geralmente na arte, uma forma de esquecer quem sou,  viver outras dores, outros amores. Pulsar além de mim. Eu tenho vivido uma vida criada, tenho sido um personagem de mim. Sou um acúmulo de tudo o que vejo. Tenho pensado, mas não tenho feito muitas coisas e vou seguir assim, não pensando no amanhã.
Eu pensei no amanhã de ontem mas quando ele chegou era hoje.

Despedida sincronizada

No caminho com a Lua e Você
Te tocava toques que me faziam apenas viver
No fim desse caminho
Uma bifurcação. Você foi Norte e eu fui Sul
E entre você e eu dois corações palpitantes
Sincronizados numa despedida
Que era um até logo, mas também um adeus
Você se foi e eu segui
Um coqueiro aqui, um coqueiro ali
Você Lá. Eu aqui.
E o que sobrou foi um caminho de pegadas
Pegadas marcadas na areia do caminho
É tudo uma questão de vento. Tempo.

Capitu

Eu quero a sorte um amor conturbado
Com idas e Vindas atraentes
Com reconciliações ardentes
O amor é lindo, mas não sobrevive a monotonia.
Eu quero o prazer de um amor que me bata na cara
Que não me mude.
- E que as vezes se mude pra longe só pra dar saudade -
Eu NÃO quero a "sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida"
Eu quero um amor de Moulin Rouge.
Que venham as tormentas
Pois elas, só elas tornam o meu amor real.
Quero amor do meu jeito, mas eu quero amar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Passagem

No momento estou amando.
Na verdade acho que sempre estive amando.
tenho uma certa necessidade de amar
Sentimentos me fazem bem
Eu amo com toda a minha força
Sinto um pulso em mim

Vivo intensa. Mente.
Não minto, não finjo.

Vivo Louco. Mente.
Não minto, não finjo.

Estou amando
Assim sou e vou levando a vida
Até o sublime momento da partida.

Estampa

Cacofonia
Sinfonia com Cacos de Fonemas
Telefonema
Televisão
Visão
Divisão
Divida de Vida
Devidamente Paga
Mente e não Paga
Paga Não Pobre Pagão
Apagão!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bird

Garoto que sonha e que voa
Que voa como pássaro bom
Não vive à Toa
Canta no tom

Busca seus sonhos reais
Em lugar Banais
E os encontra perdidos
Em calçadas ou muros escondidos

Garoto que sabe viver
Sorri sempre e sabe aproveitar
Vai garoto pássaro, vai Voar
Vai ser livre por merecer.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nossa história complicada

    No começo me parecia uma aventura, algo novo e sublime. Começamos já perdidos, já amantes de velhos tempos, mas eu ainda era um menino, só sabia ser confuso.
    Com alguns caminhos duplicados, eu que nunca soube escolher fiquei indeciso entre dois amores.
    Dois amores diferentes, mas ainda assim amores. Mas toda criança cresce, (o que é uma pena) e eu queria escolher. Com uma mão do destino eu escolhi o que era mais seguro e sem muitas pedras,  vivi tempos amando a um só, eu o olhava, admirava, me apaixonava sem ver.
    Nós vivemos um meio termo de ano inteiro juntos,  foi então que ele me disse pra voltar a bifurcação de meus sentimentos e ver se eu ainda era capaz de amar a dois, coisa que ele nunca acreditou.
    Então eu voltei, e vi que eu ainda amava o outro, queria tê-lo perto de mim. Sempre.
    Mas o amor era dele, daquele com quem eu passei dias que passaram tão sem ponteiro, sem minutos nem segundos. Nós tínhamos vivido uma ano todo, em milésimos. Ele me havia cativado.
    Então votei para meu Amor e disse... Não. Não amo mais ninguém como eu amo a ti, agora suporta a sua criança que cresceu, tomou decisões e ainda assim é uma criança.

La Chapelle

Entre uma palavra e outra, entre um trago e outro nós dizíamos coisas.
Um gole e um trago num cigarro qualquer.

E eu te contei do meu amor, você me falou da sua vida.
Eu uma garota atrevida e você todo vergonha e pudor

Eu quase amava você.
Eu quase amava, mas...

Após uma garrafa você sabe, após duas garrafas eu dizia.
Você negava e eu sabia que não era verdade.

Você foi se soltando e eu só te ouvindo, você foi me contando segredos, eu sorrindo.

Por que eu amava você, amava sem saber.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Vilas Velhas



Vila minha tua estrada chega aqui
Até onde os sonhos acontecem
E até quando as pessoas adormecem
A tua estrada teima em existir

Vila minha tuas casas são tão belas
As amarelas de madeira e as sem cor
Me lembro bem da tua velha capela
E do "Seu Zé" aquele tal vendedor

Ó vila minha seja eterna
lembrança materna do solo de onde e vim
Ó vila minha sua bonita
que me excita a voltar pra casa


Vila minha que era tão cheia de graça
Tinha uma praça onde eu costumava ir
Com banquetinhas e um pé de laranjeira
E uma grama rasteira pra rolar, e rir

Vila minha sei que agora estou tão longe
Tão longe quanto o céu do mar
Mas sei também que um dia eles se encontram
E começam uma dança de água céu e ar

Ó vila minha seja eterna
lembrança materna do solo de onde e vim
Ó vila minha sua bonita
que me excita a voltar pra casa

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Desequilibrio


Já faz uma.
                Meia.
                         Duas horas.
   
 Que dançarei melodias sem som
                                                   -Com você.

Um meio termo de ano inteiro
                                              - que eu te amo -
                                                                             doce, algum tempo!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aquele espelho


O canto do meu sorriso
A sua face bonita
Nós, no banheiro olhando
No espelho.
O espelho pra me barbear
Pra você me barbear
Me ensinando a crescer
Sem jamais gente-GRANDE me tornar
E assim nossas almas seguem
Dizendo coisas melodiosas
No silencio momentâneo-inocente

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Crave"

Sarah Kane - "Crave" (Ânsia)
E eu quero brincar às escondidas contigo e dar-te as minhas roupas e dizer que gosto dos teus sapatos e sentar-me nos degraus enquanto tu tomas banho e massagear-te o pescoço e beijar-te os pés e segurar na tua mão e ir comer uma refeição e não me importar se tu comes a minha comida e encontrar-me contigo no Rudy e falar sobre o dia e passar à máquina as tuas cartas e carregar as tuas caixas e rir da tua paranóia e dar-te cassetes que tu não ouves e ver filmes ótimos, ver filmes horríveis e queixar-me da rádio e tirar-te fotografias a dormir e levantar-me para te ir buscar café e brioches e folhados e ir ao Florent beber café à meia-noite e tu roubares-me os cigarros e a nunca conseguir achar sequer um fósforo e falar-te sobre o programa de televisão que vi na noite anterior e levar-te ao oftalmologista e não rir das tuas piadas e querer-te de manhã mas deixar-te dormir um bocado e beijar-te as costas e tocar na tua pele e dizer quanto gosto do teu cabelo dos teus olhos dos teus lábios do teu pescoço do teu peito do teu rabo e sentar-me nos degraus a fumar até o teu vizinho chegar a casa e se sentar nos degraus a fumar até tu chegares a casa e preocupar-me quando estás atrasada e ficar surpreendido quando chegas cedo e dar-te girassóis e ir à tua festa e dançar até ficar todo negro e pedir desculpa quando estou errado e ficar feliz quando me desculpas e olhar para as tuas fotografias e desejar ter-te conhecido desde sempre e ouvir a tua voz no meu ouvido e sentir a tua pele na minha pele e ficar assustado quando estás zangada e um dos teus olhos vermelho e outro azul e o teu cabelo para a esquerda e o teu rosto para oriente e dizer-te que és lindíssima e abraçar-te quando estás ansiosa e amparar-te quando estás magoada e querer-te quando te cheiro e ofender-te quando te toco e choramingar quando estou ao pé de ti e choramingar quando não estou e babar-me para o teu peito e cobrir-te à noite e ficar frio quando me tiras o cobertor e quente quando não o fazes e derreter-me quando sorris e desintegrar-me quando ris e não compreender por que é que pensas que eu te estou a deixar quando eu não te estou a deixar e pensar como é que tu podes achar que eu alguma vez te podia deixar e pensar em quem tu és mas aceitar-te na mesma e contar-te sobre o rapaz da floresta encantada de árvores anjo que voou por cima do oceano porque te amava e escrever-te poemas e pensar por que é que tu não acreditas em mim e ter um sentimento tão profundo que para ele não existem palavras e querer comprar-te um gatinho do qual teria ciúmes porque teria mais atenção que eu e atrasar-te na cama quando tens de ir e chorar como um bebê quando finalmente vais e ver-me livre das baratas e comprar-te prendas que tu não queres e levá-las de volta outra vez e pedir-te em casamento e tu dizeres não outra vez mas eu continuar a pedir-te porque embora tu penses que eu não estou a falar a sério eu estou mesmo a falar a sério desde a primeira vez que te pedi e vaguear pela cidade pensando que ela está vazia sem ti e querer aquilo que queres e achar que me estou a perder mas saber que estou seguro contigo e contar-te o pior que há em mim e tentar dar-te o meu melhor porque não mereces menos e responder às tuas perguntas quando não o devia fazer e dizer-te a verdade quando na verdade não o quero e tentar ser honesto porque sei que preferes assim e pensar que acabou tudo mas ficar agarrado a apenas mais dez minutos antes de me atirares para fora da tua vida e esquecer-me de quem sou e tentar chegar mais perto de ti porque é maravilhoso aprender a conhecer-te e vale bem o esforço e falar mau alemão contigo e pior ainda em hebreu e fazer amor contigo às três da manhã e de alguma maneira de alguma maneira de alguma maneira transmitir algum do / esmagador, imortal, irresistível, incondicional, abrangente, preenchedor, desafiante, contínuo e infindável amor que tenho por ti."