domingo, 27 de maio de 2012

O verbo chuva

A saudade dói, - Não dói, cor-rói.- pega o pelo, a pele, o paladar e tira o sabor. O problema é saber te pensar, que o pensar é meu inimigo assumido. Assumir, Sumir, O, Você.
Eu Assumo, Sumo, Mas o sumo da fruta dói, - Não dói, cor-rompe - e meu olhos são dois mares, mareados, maremotos, marcados pelo tempo. Eles têm o costume de chover. Eu chovo, tu chove, ele chove, nós chovemos... Eu chovo, e só o que sei sobre o verbo chuva.

sábado, 19 de maio de 2012

A bordô

Acordo no sentido horário do relógio
Tombo fora do biombo Edifício
Abajur, cabelo, passo pelo tédio
Acendo um incenso de bom senso
Amamos fora o cinza denso da manhã
Meio dia vício, ócio, tarde sã
Vivendo à beira, na cadeira sento
Um café médio, elevador, desço do prédio
Olho pro céu, dou tchau pro sol, me entrego ao vício
Tomo umas doses, tomo uns tombos, e o relógio

É lógico que conta o tempo
Meus olhos que vão contra o tempo
E os dia que eu invento
Vejo passar, deixo de amar pra não atrasar.